Acordo trabalhista: como funciona e o que fazer em caso de coação

O acordo trabalhista é uma ferramenta importante para encerrar contratos de forma consensual, rápida e segura. Na DigCap, acreditamos que compreender como ele funciona ajuda tanto empregadores quanto trabalhadores a evitarem conflitos desnecessários.

Além disso, existem diferentes tipos de acordo e situações específicas que podem afetar direitos e pagamentos. Por isso, reunimos informações práticas e dicas essenciais para você entender tudo de maneira clara e objetiva.

Confira os tópicos:

  • Como funciona um acordo trabalhista?
  • Acordo trabalhista para demissão;
  • Acordo trabalhista extrajudicial;
  • Quais são os benefícios práticos de um acordo trabalhista?
  • Do acordo trabalhista ao processo judicial;
  • O que acontece quando a empresa não paga o acordo;
  • Cessão de crédito: opção para antecipar o pagamento.

Como funciona um acordo trabalhista?

Um acordo trabalhista é um entendimento formal entre empregador e empregado para encerrar o contrato de trabalho de forma consensual, garantindo direitos de ambas as partes e evitando conflitos futuros. Ele pode ser feito diretamente ou homologado em juízo, servindo como alternativa ao litígio prolongado e oferecendo segurança jurídica.

Exemplo prático de acordo trabalhista

Por exemplo, imagine um funcionário que deseja sair da empresa antes do fim do contrato. Acorda-se um pagamento proporcional de férias e rescisão, evitando um processo longo. Assim, mesmo em um acordo trabalhista judicial, o funcionário recebe rapidamente, e a empresa cumpre a lei de forma transparente e objetiva.

Quem faz acordo pode processar a empresa?

Quando um trabalhador celebra um acordo trabalhista, ele concorda em encerrar o contrato e não pode processar a empresa pelas mesmas questões no futuro. Dessa forma, o acordo oferece segurança para ambas as partes, evitando litígios prolongados e custos adicionais. 

Além disso, entender os tipos de acordo ajuda a escolher a melhor forma de negociação, seja para demissão ou situações extrajudiciais. 

Conheça os principais tipos:

  • Acordo para demissão;
  • Acordo extrajudicial.

Quer entender como garantir seus direitos se o acordo não for cumprido? Confira nosso artigo completo sobre execução trabalhista passo a passo e saiba todas as etapas!

Acordo trabalhista para demissão

Um tipo de acordo trabalhista bem conhecido envolve a demissão do funcionário. É que, historicamente, demitir sem justa causa custa muito caro à empresa. Afinal, deve-se pagar multa rescisória equivalente a 40% do saldo do FGTS, além dos demais encargos, como férias e 13º salário proporcionais ao período trabalhado.

Até pouco tempo atrás, era comum fazer um acerto informal para diminuir esse custo. No caso, o empregador dispensava o colaborador, mas exigia parte da verba rescisória de volta.

Era uma prática tão corriqueira quanto ilegal. Porém, o cenário mudou com a reforma legislativa de 2017, que atualizou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Hoje, o Artigo 484-A autoriza o acordo trabalhista para demissão do profissional, garantindo segurança jurídica para ambas as partes.

Diferente da rescisão tradicional, exige concordância mútua e reduz alguns encargos, como a multa do FGTS e o aviso prévio, representando economia para a empresa. Entender os tipos de acordo ajuda a escolher a melhor alternativa para cada situação.

Direitos do empregado

  • Saldo de salário;
  • Férias proporcionais com ⅓;
  • 13º proporcional;
  • E saque de até 80% do FGTS.

Diferenças da rescisão tradicional

  • Não há seguro-desemprego;
  • Aviso prévio reduzido;
  • E menor multa do FGTS, evitando litígios desnecessários.

Como indicado acima, nessa hipótese, o trabalhador abre mão do seguro-desemprego. Portanto, a menos que ele já tenha uma nova ocupação em vista, o acordo poderá ser vantajoso apenas ao empregador.

Acordo trabalhista extrajudicial

O acordo trabalhista extrajudicial, regulamentado pela Resolução nº 586/2024 do CNJ, permite encerrar contratos de forma consensual e ágil, com homologação pelos Cejuscs-JT (Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas da Justiça do Trabalho). 

Dessa forma, ambos os lados têm segurança jurídica e o trabalhador não poderá processar a empresa pelas mesmas questões no futuro, como citamos no tópico acima. 

Além disso, para validade total, é necessário que empregados e empregadores sejam assistidos por advogados distintos ou sindicatos. Entender os tipos de acordo garante decisões conscientes e protegidas para todas as partes.

Veja também: Saiba como evitar golpes na Justiça do Trabalho

Quais são os benefícios práticos de um acordo trabalhista?

Quando pensamos nos benefícios de um acordo trabalhista, fica claro como ele facilita a vida de todos. Diferente da rescisão unilateral, o diálogo entre as partes garante mais equilíbrio, reduz tensões e acelera o processo. 

Assim, os tipos de acordo oferecem uma alternativa estratégica, prática e segura para quem busca agilidade sem abrir mão da proteção jurídica. 

Confira algumas vantagens:

  1. Redução de custos e maior previsibilidade;
  2. Rapidez na resolução de conflitos;
  3. Menos burocracia e formalização clara;
  4. Segurança jurídica com homologação judicial;
  5. Flexibilidade para negociar condições específicas.

Cuidados antes de fechar um acordo trabalhista

Agora que você já conhece os tipos e os benefícios dos acordos, destacamos que é fundamental estar ciente de alguns pontos cruciais antes de formalizar o encerramento do contrato de trabalho neste formato. A tomada de decisão informada é essencial para garantir que seus direitos sejam protegidos e que o acordo seja realmente vantajoso para você.

  • Analise os valores com atenção: compare o que está sendo oferecido com os direitos previstos na CLT.
  • Peça apoio jurídico: ter um advogado ou sindicato acompanhando evita que você abra mão de direitos sem perceber.
  • Verifique prazos e condições de pagamento: todo acordo deve especificar datas claras de depósito ou parcelamento.
  • Exija formalização por escrito: seja judicial ou extrajudicial, nunca aceite acordos apenas verbais.
  • Avalie sua real necessidade financeira: em alguns casos, esperar um pouco mais pode ser mais vantajoso do que aceitar valores reduzidos.

Assim, você entra em qualquer negociação protegido, consciente e com clareza sobre seus direitos.

Do acordo trabalhista ao processo judicial

Muitas vezes o acordo trabalhista judicial é a melhor saída para evitar longos processos e custos elevados. Entretanto, é fundamental lembrar que todo acordo precisa ser firmado de forma consciente e sem pressão. 

Nesse sentido, quando o diálogo não acontece de forma transparente, o risco de insatisfação futura cresce e pode gerar conflitos difíceis de solucionar depois.

Por isso, a formalização correta protege tanto empresa quanto trabalhador. E, se houver qualquer indício de coação, existem medidas específicas que devem ser adotadas, como veremos no próximo tópico.

O que fazer em caso de coação?

Em situações de coação, é importante entender que nenhum acordo tem validade se não houver vontade livre das partes. Afinal, o acordo precisa refletir decisão consciente, sem pressões externas. Para se proteger, o trabalhador deve buscar apoio jurídico imediato e registrar qualquer indício de irregularidade. 

Veja alguns passos importantes:

  1. Reúna provas da coação sofrida;
  2. Procure orientação com advogado ou sindicato;
  3. Solicite a anulação do acordo na Justiça;
  4. Garanta seus direitos antes de aceitar qualquer proposta.

Saiba mais: Como consultar processo trabalhista on-line

O que acontece quando a empresa não paga o acordo trabalhista

Quando a empresa não cumpre um acordo judicial homologado, o trabalhador pode executar o título diretamente na Justiça do Trabalho. Assim, o juiz pode aplicar medidas que forcem o pagamento, desde multas até bloqueio de bens. 

Além disso, o nome da empresa pode ser inscrito no Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), trazendo sérias restrições. Veja os riscos:

  • Restrição em licitações públicas;
  • Dificuldade para obter financiamentos;
  • Bloqueio de contas e patrimônio empresarial;
  • Possibilidade de responsabilização dos sócios, em casos mais graves.

Em casos de litígio, há como antecipar o recebimento

Em alguns casos, mesmo após um acordo trabalhista, o trabalhador precisa de recursos imediatos. Nessas situações, a cessão de crédito trabalhista surge como alternativa eficiente. 

Funciona de forma simples: o trabalhador transfere seu crédito a uma empresa especializada e recebe parte do valor rapidamente, em poucos dias. Claro, há o chamado deságio, já que a empresa assume os riscos de atraso ou inadimplência.

Ainda assim, essa opção garante liquidez, reduz incertezas e traz segurança. Portanto, avalie com cuidado se a urgência compensa a redução no valor final.

Quer saber mais? Inicie seu atendimento cadastrando seu processo no portal da DigCap, ou entrando em contato conosco. Você vai se surpreender ao ver como é fácil negociar créditos judiciais com a DigCap.

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